Maneco era um fazendeiro Por ali muito respeitado, Tinha boas vacas leiteiras Também chifre pra diabo.
Fama de homem valente E mulher pra todo lado, Vinte um filhos solteiros E dez que eram casados.
Montado em seu cavalo Chapéu de couro dobrado, A frente de uma boiada E mais de trinta criados.
O maior comerciante Da região considerado, O cabra que desafiasse Saia de lá engasgado.
Um dia deu uma festa Pra mais de mil convidados Apareceu um forasteiro Que não fora Chamado.
Maneco viu o forasteiro Logo mandou lhe chamar, Perguntou de onde veio? O que estava fazendo lá.
Ordenou que fosse embora Pois não tinha o chamado, Monte eu seu cavalo agora Ou sairá daqui cagado.
Respondeu o forasteiro Eu não sou seu agregado, Quero a mão da sua filha Só saio daqui casado.
O Maneco disse... Cabra da peste Armado com uma peixeira Deu três pulos para o lado Começou a bagaceira.
As facas relampeavam Era grande a quebradeira E o povo todo gritando Valei-me meu Deus! Não é brincadeira.
No relampear das facas Começaram a correr, Era trovão pra todo lado Isso era sem chover.
E naquela correria Todo mundo assustado, Mandaram chamar o padre E também o delegado.
Muitas mulheres gritando E muitos vidros quebrados, Muitas crianças chorando E muitos homens mijados.
O povo pedia ajuda Pra visinhos dos quatro lados, Já que na delegacia Não havia um só soldado.
Foi então que o forasteiro Derrubou Maneco no chão, Com o punhal apontado Encima do coração.
Agora você vai morrer Eu não to brincando não, Caso-me com sua filha A viúva fica pra um peão.
Mas você tem uma chance Disse então o forasteiro, Monte em meu cavalo agora E saia daqui ligeiro.
Maneco se viu acuado Mas ainda pode pensar, Disse cabra você é bom Pode com minha filha casar
Foi ai que o forasteiro Resolveu se apresentar, Soltou o punhal da mão Disse vamos conversar.
Agora somos amigos, E estendeu-lhe a mão, Eu sou seu genro, meu sogro E meu nome é João.
O povo espiava; em total agachadeira E todos muito assustados, Por detrás de uma porteira Encontraram o delegado.
A festa recomeçou, o caso foi abafado, Porem nesta brincadeira Na saia da macumbeira, O padre foi encontrado.
João disse para o sogro, me permita um conselho Não se desafia um desconhecido, E precisa ser mais guerreiro Ou acabará constrangido.
Mas o Maneco era esperto Não queria ficar por baixo, Disse; era só um teste Era brincadeira diacho.
E nestes singelos versos Contei uma história de duas partes, Mentira que inventei! Pra professora de artes.
Autora: Leila Rocha
Trabalho de artes: Prof. Eliana São Paulo 14 de Maio 2009
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